blog da Revista Espaço Acadêmico
A filósofa norte-americana Judith Butler
A filósofa norte-americana Judith Butler escreve sobre sua recente passagem pelo Brasil. Ela comenta os ataques que sofreu, explica sua teoria de gênero e procura entender o ódio dirigido a um pensamento que defende a dignidade e os direitos sexuais e que condena a violência contra mulheres e pessoas trans.
JUDITH BUTLER*
ilustraçãoCAMILE SPROESSER
traduçãoCLARA ALLAIN
Desde o começo, a oposição à minha presença no Brasil esteve envolta em uma fantasia. Um abaixo-assinado pedia ao Sesc Pompeia que cancelasse uma palestra que eu nunca iria ministrar. A palestra imaginária, ao que parece, seria sobre “gênero”, embora o seminário planejado fosse dedicado ao tema “Os fins da democracia” (“The ends of democracy”).
Ou seja, havia desde o início uma palestra imaginada ao invés de um seminário real, e a ideia de que eu faria uma apresentação, embora eu estivesse na realidade organizando…
Ver o post original 2.451 mais palavras
PELA COERÊNCIA, ARROGÂNCIA.
> https://gustavohorta.wordpress.com/2017/11/20/paixao-pela-coerencia-arrogancia/
“…A cultura milenar japonesa de fato ensina, por exemplo, que a humildade seria a principal virtude a ser cultivada em um ser humano.
Definitivamente não trata-se da humildade daquele que vive resignado, a abaixar tanto a cabeça que chega a mostrar a bunda. A humildade em questão alerta para que se possa entender a permanente necessidade de aprender. E aprender sempre remete a mudanças.
Por que? Porque todas as vezes que algo é aprendido alguma coisa é acrescida ao conhecimento, o que, necessariamente, induz a que alguma coisa seja modificada. Não é possível aprender alguma coisa nova e não mudar nada. Um aprendizado sem mudança não é aprendizado. Sequer é escutar. Sequer ouvir. …”