Moro diz ser de sua “competência” investigar Eletronuclear, não Furnas

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, disse que investigar casos de corrupção na Eletronuclear, estatal sediada no Rio de Janeiro, é de sua responsabilidade, apesar de ser titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

 

Segundo despacho divulgado pelo blog de Fausto Macedo, do Estadão, Moro diz que é competente em “decorrência da conexão e continência dos demais casos da Operação Lava Jato”. A conexão é o vínculo de condutas criminosas por um mesmo autor. Já a continência é relação de conteúdo e contingente das infrações penais.

A conduta do juiz causa estranheza porque, como bem apontou Webster Franklin no Jornal GGN, o juiz não avaliou que existia a mesma “conexão e continência” no caso de Furnas, que envolvia o senador tucano e candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves, que foi citado num esquema de propinas na estatal pelo doleiro Alberto Youssef.

Na interpretação da Justiça os desvios de dinheiro em Furnas não tinham relação com o esquema de corrupção da Petrobras e, por isso, não deveriam ser objeto de investigação.

Agora, a interpretação para fato semelhante é completamente diferente. “Esclareça-se, por oportuno, que a competência, em princípio, é deste Juízo, em decorrência da conexão e continência com os demais casos da Operação Lava Jato e da prevenção, já que a primeira operação de lavagem tendo por origem os crimes praticados pelo cartel consumou-se em Londrina/PR e foi descoberta em processo inicialmente distribuído a este Juízo, tornando-o prevento para as subsequentes”, disse Moro.

Segundo ele, as duas frentes de investigação “têm que ser tratadas em conjunto, por um único Juízo, sob pena de prejudicar a unidade da prova e com risco de decisões contraditórias”. Disse ainda que dispersar os casos e provas em todo o país “prejudicará as investigações e a compreensão do todo”.

Do Portal Vermelho, com informações do Estadão

http://www.vermelho.org.br/noticia/268206-1

Urariano Mota: O que Machado de Assis falou do juiz Sérgio Moro

Nesta sexta-feira (31), em sua coluna semanal Prosa, Poesia e Política, o escritor Urariano Mota, sempre certeiro na tinta e no tom, volta a falar sobre a atuação do juiz Sérgio Moro na chamada Operação Lava Jato. Em uma crônica de tirar o chapéu, nosso colunista coloca em diálogo o grande escritor Machado de Assis e o juiz Sérgio Simão Moro Bacamarte.

 

“O maior escritor brasileiro, gênio absoluto, não deixaria de falar sobre as aparências de justiça da direita brasileira. Mas o mais impressionante é que ele, Machado de Assis, tenha já falado do juiz Sérgio Moro. Sim, daquele mesmo que faz do Paraná o centro do golpe contra a democracia no Brasil. Acompanhem, porque toda arbitrariedade da hipócrita limpeza da sociedade já foi escrita desde 1882, para tipos e gênero como Sérgio Moro, que são mais antigos do que se imagina. Com a pena da galhofa e a tinta da melancolia do mestre da literatura nacional me acompanhem, porque não será difícil ver o que poderá sair desse estranho encontro separado por 133 anos”, narra o jornalista pernambucano.

E completa: “As linhas e a fala de Machado de Assis sobre Sérgio Moro estão em O Alienista, sobre o qual comento agora, livre da delação premiada. Já no começo, ele escreve: “A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo”.

Ao final de sua coluna, Urariano Mota avisa: “ao que concluímos nós, mais uma vez no rasto do nosso Machado de Assis: a vaidade, em si, é um princípio de corrupção. Mas disso ele, Sérgio Simão Moro Bacamarte, ainda não sabe. Para cumprir o destino do alienista, ele também terá o seu justo fim. Ou seja: ele próprio será internado e punido pela mesma doença que ele acusa nos perseguidos. Nós ainda vamos ler as próximas linhas desta história”.

Ouça a coluna na Rádio Vermelho… 
http://www.vermelho.org.br/noticia/268307-333
 

Amarelou: Moro converte prisão preventiva de presidente da Eletronuclear em temporária

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Sérgio Rodas, via Consultor Jurídico em 28/7/2015

Após “refletir melhor”, o juiz federal Sérgio Fernando Moro reconheceu que exagerou ao decretar a prisão preventiva do presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, e do executivo da Andrade Gutierrez Flávio David Barra. A medida foi convertida em prisão temporária, que tem prazo limitado de cinco dias.

Os dois foram presos pela Polícia Federal na manhã de terça-feira, dia 28/7, no Rio de Janeiro. A ação faz parte da 16ª fase da operação Lava-Jato, denominada “radioatividade”, que investiga a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de da usina nuclear Angra 3, além do pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da Eletronuclear, uma subsidiária da Eletrobrás.

Segundo Moro, a prisão temporária é “menos gravosa aos investigados e propiciará, com a realização das diligências, que esclareçam os fatos e eventualmente infirmem as provas, em cognição sumária…

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Mãe Diná: Em 2014, dra. Delação da Lava-Jato já sabia que seria ameaçada em julho de 2015

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Stanley Burburinho, via Facebook em 30/7/2015

1) O Globo diz que a advogada dos delatores da Lava-Jato disse que deixou os clientes e foi para os EUA (Miami) para trabalhar como consultora, porque se sentiu ameaçada aqui no Brasil, devido à Lava-Jato, suponho. Observe a manchete do jornal dos Marinho.

“Ameaçada, advogada de delatores da Lava-Jato diz que vai abandonar profissão”

2) Acontece que a senhora advogada dos delatores, Beatriz Lessa da Fonseca Catta Preta, abriu a empresa de consultoria nos EUA (Coral Gables, Miami – FL), para onde ela se mudou dias atrás com o marido condenado e pelo menos R$22,5 milhões, em 20 de outubro de 2014, há nove meses, segundo o registro do site dos EUA, Corporationwiki (clique aqui).

3) Então, em outubro de 2014, ou seja, há nove meses, a senhora advogada já sabia que seria ameaçada em 2015?

Leia também:

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Quem mira no almirante Othon

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Nilson Lage, via Tijolaço em 29/7/2015

A farsa se ergue contra um homem que é uma lenda. Soube dele – e dos projetos tecnológicos da Marinha – na década de 1970.

Eu editava política e nacional em O Globo e recebi ordem da direção para não publicar uma entrevista sobre o assunto com um oficial da Armada. Disseram-me que era ordem da censura. No entanto, quem recebia comunicados da censura – pelo telefone ou em tiras de papel fino – era eu. Desconfiei da história.

Quando o censor de verdade me telefonou – era frequentemente a fonte das notícias “que eu não podia publicar” – fiz-me de desentendido:

“Quem recebe sempre instruções de vocês sou eu. Por que diabos resolveram proibir por via da direção do jornal a publicação da matéria tal, sobre pesquisa nuclear da Marinha?”

“Não mandamos. Há um erro.”

Dois dias depois, a matéria saiu, ocupando quase…

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A direita abraça a rede – parte dois

Blog do Sorrentino - Projetos para o Brasil

A ascensão dos grupos conservadores nas redes sociais – da revolta “pop” ao uso de perfis fake e robôs importados da campanha eleitoral.

Por Natália Viana, da Agência Pública

Segunda parte

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No mito e no grito

Ainda há poucas pesquisas sobre o comportamento das pessoas que têm se articulado em torno de pautas conservadoras. Uma delas, realizada pelos professores Pablo Ortellado (USP) e Esther Solano (Unifesp) na avenida Paulista naquele mesmo 12 de abril, é bastante reveladora. Entre os 571 entrevistados, apenas 15,4% tinham entre 16 e 25 anos – exatamente o mesmo tanto de pessoas entre 56 e 65 anos. O grupo mais representativo, com 21,1%, tinha entre 46 e 55.

Sessenta e quatro porcento afirmaram concordar com a frase “O PT quer implantar um regime comunista no Brasil”. Para 56%, o Foro de São Paulo – organização que reúne partidos de esquerda latino-americanos – quer criar uma ditadura…

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Dilma aos governadores: É possível incluir e crescer

Blog do Renato

Presidenta Dilma posa para foto oficial com os governadores antes da reunião desta quinta-feira no palácio da Alvorada.

Na abertura da reunião com os governadores, nesta quinta-feira (30), no Palácio da Alvorada, a presidenta Dilma Rousseff, estimulou a cooperação federativa para que o Brasil supere rapidamente essa “travessia”. E, para isso, além das ações e programas que o governo federal está implementando, ela propôs usar a maior tecnologia inventada pelo ser humano: a cooperação.

“Estamos fazendo travessia para levar o Brasil para um lugar melhor, atualizando bases da economia para voltarmos a crescer com preços mais baixos, emprego em alta, saúde e educação de qualidade. Não nos falta energia e determinação para vencer esse problemas”, disse a presidenta diante dos 26 governadores presentes ao evento. Somente o governador do Mato Grosso do Sul não pode comparecer, tendo enviada a vice-governadora como representante.

Após falar sobre as ações na economia e programas nas áreas de saúde, educação e segurança pública, que foram depois detalhadas pelos ministro das áreas presentes…

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Neoliberalismo autofágico, capitalismo decadente

Por A.Sérgio Barroso
“No início foi divertido ficar confusa, e então eu tive que ficar”, disse Samantha Emerson, uma mãe solteira de dois filhos, de 26 anos, sobre o vício de heroína.

“Cresce o consumo e as mortes por consumo de heroína nos EUA” (Wall Street Journal, 05/02/2014). “Vício em heroína cresce nos EUA, segundo os Centros de Controle de Doenças” (EFE/UOL, 07/07/2015).

Depois do sul-coreano Ha Chang, [1] do ex-economista chefe do BIS (Banco de Compensações Internacionais), [2] do editor de economia do Financial Times M. Wolf, [3] agora foi a vez do jogador de Wall Street e conhecido como “doutor catástrofe” N. Roubini.

Crises devastadoras

Wolf, por exemplo, discorre que a próxima crise poderá ser inclusive bem pior que a iniciada em 2007, o que sintetiza em três argumentos  Segundo pensa: 1) os níveis de endividamento estão substancialmente maiores do que eram em 2007; 2) estaria limitada a capacidade dos governos responderem aumentando drasticamente seus déficits fiscais dado o crescimento do volume do referido endividamento; 3) há “uma probabilidade razoável de as taxas de juros ainda continuarem muito baixas: antes da crise, as taxas de juros dos bancos centrais dos países desenvolvidos eram de 5% ou 6% – se as taxas antes da próxima crise forem de 2%, 3% ou mesmo 4%, “não terão muito o que cortar”. “Por todas essas razões, é perfeitamente possível imaginar que a próxima crise será pior”, afirma enfaticamente Wolf. [4]

Em entrevista recente para o Le Monde, [5] Roubini afirmou entre outras coisas que: a) o endividamento tem se generalizado por causa da paralisia da economia; b) os estados acumularam dívidas trilionárias por causa dos trilhões que têm sido repassados, nos últimos seis anos, para resgatar os monopólios; c) a Alemanha gastou £102 bilhões somente para resgatar os Hypo Banke (bancos vulneráveis, expostos), e o governo norte-americano gastou (2007-2010), nos resgates, mais de US$ 16 trilhões de acordo com um estudo do Congresso; d) a “economia real”, principalmente a indústria, se encontra em recessão em escala mundial e as duas principais economias industrias (Alemanha e o Japão) já enfrentam a recessão; e) o colapso capitalista na Alemanha colocará em xeque o coração de um dos principais centros do capitalismo europeu, mesmo sobre os Estados Unidos, o Japão e a Inglaterra; f) a especulação imobiliária – um dos poucos setores que ainda apresenta um certo crescimento -, mas, simultaneamente, tem sido a disparada dos preços dos imóveis e a existência de inúmeros imóveis vazios e crescente dificuldade para vendê-los; g) a especulação com commodities, para onde migraram enormes volumes de capitais principalmente a partir de 2007, se esgotou, com a queda acentuada dos preços, sendo que o grosso dos capitais especulativos busca o refúgio do estado capitalista: as dívidas públicas.

Autofagia e a grande mentira da “recuperação”

Nesse ambiente necrosado, impossível vasculhar nada mais emblemática da autofagia neoliberal que a venda da Bíblia da especulação financeira, o citado Financial Times, ao oligopólio japonês Nikkei. Porta-voz do saque dos países periféricos, apoiador descarado de golpes seja em Honduras, no Paraguai ou na Ucrânia, o F.T. não escapou à “lei imanente do capitalismo”, a concorrência, como genialmente descobrira Marx n”O Capital. Na mesma direção, Lênin, em “O imperialismo, etapa superior do capitalismo” assinalava contra o ex-marxista Kautsky que, na época da hegemonia do capital financeiro e dos monopólios, longe de estável o capitalismo acelerava a instabilidade e a concorrência entre os trustes.

Assim, farsante até às últimas consequências, o liberalismo do diário ex-londrino – propagandista da mentira americana de vivermos uma época sem crises ou da “Grande Moderação” – foi despedaçado pelo próprio veneno!

Analogamente, contando a fábula de uma “perspectiva confortadora em Washington”, ideólogos do imperialismo usam mesmo é da retórica e da enganação “num momento em que a hegemonia dos EUA cai visivelmente aos pedaços, em meio à mudança tectônica no nível do poder global”, afirma Alfred W. McCoy, professor JRW Smail de História na University of Wisconsin-Madison [6].

De acordo com McCoy, os movimentos de Washington não passam “de ideia velha”, “mesmo que venham em escala antes inimaginável”; diferentemente, “a ascensão da China ao posto de maior economia do mundo, absolutamente inconcebível há um século, representa coisa nova”. Onde a Nova Rota da Seda, por exemplo, “ameaça virar de cabeça para baixo a geopolítica marítima que modelara o poder no mundo durante 400 anos”.

Ora, conforme alentado e recente estudo do economista russo Ivan Tselichtchev [7], Xangai já é o maior centro industrial do mundo – faz tempo! Uma enorme batalha pelo mercado chinês está apenas começando e o Ocidente (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália) precisa agir rápido para não ficar de fora dessa guerra. A crise atual (“2008-2009”, periodiza ele) demonstrou o “fracasso” do modelo capitalista anglo-saxão; e os efeitos colaterais dessa crise “ainda assustarão o mundo ocidental por muito tempo”.

Assim, a China não é somente uma “fábrica mundial”, mas se transformou num gigantesco laboratório de pesquisas, inclusive em energia “verde”, setor em que já lidera. Em relação às perspectivas da competição no desenvolvimento com o assim denominado Ocidente: a) a China mantém sua moeda desvalorizada; b) as empresas chinesas contam com forte apoio do Estado e investimentos de fundos do governo nessas companhias; c) já é bastante extensa a lista de aquisições chinesas de empresas ocidentais, enquanto o controle acionário de importantes empresas chinesas por companhias ocidentais vem se revelando “efetivamente impossível”; d) o acesso de empresas e investidores ocidentais a segmentos do mercado chinês ou a negócios no país associam-se à transferência de tecnologia; e) políticas e o direito chineses continuam a facilitar o acesso ao “roubo” de tecnologias ocidentais.

À guisa de conclusão – uma nota fúnebre

Na matéria do WSJ citada na epígrafe, lê-se que, exatamente nos anos que seguiram à grande crise originária naquele país, o número de usuários de heroína nos EUA saltou quase 80% entre 2007 e 2012, para estimados 669.000 (Administração de Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias, a Samhsa, uma repartição do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA). E o número anual de mortes por overdose atribuídas à heroína chegou a 3.094 em 2010 (ano mais recente para o qual há dados disponíveis), um aumento de 55% em relação a 2000 (Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).

Lamento profundamente concluir que a única coisa que “cresceu” – a tal “recuperação econômica” – nos EUA imperialista, anos após a aterradora crise capitalista foram os cadáveres por consumo de heroína.

NOTAS

[1] “Isso não é uma recuperação, é uma bolha, e ela vai estourar”, sustentou Ha-Joon Chang, para quem bolhas de proporções históricas estavam se desenvolvendo nos Estados Unidos e no Reino Unido, os dois mercados de ações mais importantes do mundo. Em: Guardian/Carta Maior, 24/02/2014.

[2] Ex-economista-chefe do BIS alerta para efeitos colaterais de política monetária expansionista. Para White, “há bolhas de ativos em todos os lugares”. Em: Valor Econômico, 19-20-21/07/2014 entrevista a Sérgio Lamucci.

[3] Sinuoso e encarregado sempre de encontrar caminhos duma ilusória “reforma financeira” sem desfaçatez, Wolf, no seu último livro “As transformações e os choques. O que aprendemos – e o que temos ainda que aprender – com a crise financeira” (Companhia das Letras, 2015), encerra com o capítulo sem vacilar: “Conclusão: fogo na próxima vez”. E diz ele ali: “O mais assustador é que, com o passar do tempo, as crises parecem ter se tornado maiores e mais globalmente devastadoras” (p.362).

[4] Ver: “Uma nova crise no horizonte”, entrevista a Robinson Borges, Valor Econômico, 12/06/2015.

[5] Elenco partes da transcrição/interpretação da entrevista de Roubini ao Le Monde, por Alejandro Acosta, “Diário Liberdade”, 24/07/2015, no artigo com o título “O novo e inevitável colapso capitalista”. O título do Le Monde à entrevista é “Nouriel Roubini, l’oracle de la crise financière” (“Nouriel Roubini, o oráculo da crise financeira”, 22/07/2015).

[6] Ver: seu longo ensaio “Geopolítica do Declínio Norte-Americano Global. Washington x China no século XXI”. Em: TomDispatch blog, 07-06-2015, tradução da Vila Vudu, redecastorphoto.

[7] Ver: “China versus ocidente: o deslocamento do poder global no século XXI”, DVS, Introdução, 2105.

http://grabois.org.br/portal/noticia.php?id_sessao=8&id_noticia=14521

Repórteres da Veja saem do Facebook após serem desmascarados por Romário

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Lauro_Jardim02_Facebook Lauro Jardim, um dos editores da Veja, é questionado no Facebook sobre as acusações caluniosas contra Romário.

Repórteres da Veja que assinaram matéria caluniosa contra Romário recebem avalanche de críticas, ironias e questionamentos após terem suas páginas do Facebook divulgadas pelo senador. Desmascarados, os jornalistas excluíram suas contas da rede social. A Veja, até agora, mantém o mais sepulcral silêncio sobre o episódio

Fernando Brito, via Tijolaço em 30/7/2015

O senador Romário tocou de lado para que seus eleitores chutassem. Ontem [29/7], publicou no Facebook a pergunta “inocente”:

Alguém aí tem notícias dos repórteres da revista VejaThiago Prado e Leslie Leitão, que assinaram a matéria afirmando que tenho R$7,5 milhões não declarados na Suíça? E do diretor de redação Eurípedes Alcântara? Dos redatores-chefes Lauro Jardim, Fábio Altman, Policarpo Junior e Thaís Oyama? Gostaria que eles explicassem como conseguiram este documento falso.

Romario02_Veja

E tascou os…

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Lula processa Veja por capa criminosa

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Fernando Brito, via Tijolaço em 29/7/2015

Enfim, reações.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou hoje [29/7] com ação judicial por reparação de danos morais contra os responsáveis pela matéria de capa da Veja desta semana.

São alvos da ação diretor de redação da revista, Eurípedes Alcântara e Robson Bonin, Adriano Ceolin e Daniel Pereira, que assinam a matéria sobre as supostas – e desmentidas – intenções de Leo Pinheiro, de alvejar o ex-presidente em um acordo de delação premiada com o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro.

Segundo a nota do Instituto Lula:

“O texto é repugnante, pela forma como foi escrito e pela absoluta ausência de elementos que possam lhe dar suporte”, destacam os advogados de Lula na ação. A peça reafirma também que, de acordo com jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, “a liberdade de comunicação e de imprensa pressupõe a necessidade de o…

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Aldo Rebelo: governo Dilma supera crise e retomará crescimento

Blog do Renato

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB) avaliou com naturalidade a atual conjuntura política do país que enfrenta uma forte disputa política e repercussão da crise econômica mundial. Ele falou sobre a conjuntura política-econômica do país na visita que fez a Campo Grande, nesta quinta-feira (30) para participar da primeira reunião de criação do Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul.

O ministro ressaltou que “hoje temos regras claras, os governos são eleitos, têm mandato. Então trata-se de respeitar esses mandatos e as regras, que é o que o país precisa .” O ministro ressaltou que “hoje temos regras claras, os governos são eleitos, têm mandato. Então trata-se de respeitar esses mandatos e as regras, que é o que o país precisa .” “A nossa expectativa é que esse ano de ajuste seja sucedido pela retomada do crescimento da economia no próximo ano. Essa…

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A direita abraça a rede – Primeira parte

Blog do Sorrentino - Projetos para o Brasil

O importante papel da internet e do uso das redes sociais para a informação e para o “despertar político”, especialmente entre os jovens, está brilhantemente tratado no artigo “A direita abraça a rede”, de Natália Viana, diretora do Blog Agência Pública.

O artigo mostra a ascensão da internet como o meio de informação que mais cresce na população brasileira. Mostra também o uso dessa ferramenta pela direita, para disseminar o pensamento conservador.

Publicaremos o artigo aqui no espaço “Leitura Recomendada” em três partes. A primeira mostra o crescimento do uso das redes, o impacto da nova tecnologia na cultura e na política e os mecanismos de difusão do pensamento conservador e de direita. Na segunda, Natalia Viana mostra que a descrença nas instituições facilita com que os meios digitais suplantem as formas tradicionais de alastrar informações, retrata ainda o uso dessa ferramenta na última campanha eleitoral. Na terceira e última…

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“Escândalos de corrupção são expediente tático para pressionar governos”, afirma pesquisador

julho 30, 2015 12:23

“Escândalos de corrupção são expediente tático para pressionar governos”, afirma pesquisador

Por Igor Felippe, para o Escrevinhador

A crise política do governo Dilma é mais um episódio do recrudescimento da disputa entre frações da grande burguesia no processo de consolidação no neoliberalismo no Brasil. Depois da eleição do presidente Lula, particularmente na crise do “Mensalão”, emergiram contradições que dividiram o grande capital entre a grande burguesia bancária-financeira e a grande burguesia interna, ligada à construção civil, ao agronegócio e a vários setores da indústria, interessada em realizar reformas no capitalismo neoliberal.

Com a crise do capitalismo internacional, esses conflitos se aprofundaram e se expressaram no começo do primeiro governo Dilma, que aplicou medidas para fortalecer a burguesia interna, contrariando os interesses do rentismo. Diante disse, as forças neoliberais iniciaram uma ofensiva, que articula instrumentos de luta ideológica com a expressão de massa de segmentos mais conservadores da classe média.

“O trabalho ideológico realizado pela mídia em prol do ‘neoliberalismo ortodoxo’, as manifestações organizadas por setores da direita radical contra o governo, a vitória apertada de Dilma sobre Aécio nas eleições de 2014 e a eleição de representantes mais conservadores no Congresso Nacional podem ser tratados como indícios dessa ofensiva do campo político rentista”, avalia o professor do curso de Ciências Sociais do campus de Chapecó da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Danilo Enrico Martuscelli.

“Já a nomeação de um representante dos banqueiros para o Ministério da Fazenda, os ataques do governo aos direitos trabalhistas desde o final de 2014 e a sua adesão à política do ajuste fiscal parecem ser evidências da rendição do governo à ofensiva rentista”, complementa.

crisepolO estudioso está lançando o livro “Crises políticas e capitalismo neoliberal no Brasil”, que analisa a crise do governo Collor (1992) e a crise do “Mensalão” (2005), a partir das contradições de classe engendradas pelo processo de implementação da política econômica.

Segundo ele, casos de corrupção se transformam em escândalos e ganham contornos de crise no Brasil quando forças sociais operam para mudar a política implementada pelos governos. “Em todas as principais crises políticas brasileiras (1930, 1954, 1964, 1992, 2005 e agora), as denúncias de corrupção foram utilizadas como um expediente tático ‘seletivo’ para atingir o objetivo principal: mudar a política de governo”.

Martuscelli acredita que a Operação Lava Jato se configura como uma tentativa do campo político rentista de derrotar os traços de ingerência estatal na economia e colocar a soberania nacional em risco, enfraquecendo a imagem da Petrobras como operadora de uma política de desenvolvimento.

“O caso Lava Jato visa a enfraquecer politicamente o segmento da grande burguesia interna que mais tem ganhado com as reformas do capitalismo neoliberal e que é também um dos principais investidores das campanhas eleitorais do PT: o segmento da construção civil”, avalia.

Abaixo, leia trechos da entrevista completa.

Crise política nacional

A atual crise vincula-se, de certo modo, aos conflitos e contradições que emergiram no contexto da crise do Mensalão, dividindo o grande capital em duas frações principais: a grande burguesia interna, ligada à construção civil, ao agronegócio e a vários setores da indústria e interessada em realizar reformas no capitalismo neoliberal, e a grande burguesia bancária-financeira, inclinada a resistir a tais reformas. Não se tratava de uma grande polarização entre essas duas frações de classe, mas que havia contradições entre elas, havia, e isso produziu efeitos sobre o processo político. Desde 2005, a grande burguesia interna – que possui uma posição ambivalente de contradição e dependência em relação ao capital imperialista – vem se fortalecendo politicamente, sem com isso conseguir deslocar a grande burguesia bancária-financeira do lugar de fração hegemônica do bloco no poder. A política dos governos Lula e Dilma permitiu à grande burguesia interna ter uma posição mais confortável no bloco no poder, quando comparada a que tinha nos anos 1990, acomodando, assim, seus interesses nas zonas de menor tensão com a hegemonia política da grande burguesia bancária-financeira – que se caracteriza como uma “burguesia tampão”, ou seja, como uma burguesia associada ao capital imperialista.

Colapso internacional

A crise do neoliberalismo sob hegemonia dos EUA abriu brechas para a grande burguesia interna se fortalecer ainda mais politicamente, a partir de 2008, pois colocou em evidência a fragilidade de uma doutrina que pregava a defesa do livre jogo das forças do mercado como força geradora de desenvolvimento. Essa crise instaurada no coração do capitalismo possibilitou ao governo Dilma a adoção de uma política mais ousada de reformas do capitalismo neoliberal, quando comparada à executada pelos governos Lula.

Banqueiros contrariados

Ao longo dos primeiros anos de mandato (2011-2013), o governo Dilma adotou uma série de medidas que contrariavam mais diretamente os interesses dos banqueiros: a) aplicou sucessivamente a redução da taxa de juros Selic, chegando a aplicar a menor taxa de juros da política recente (7,25%), entre outubro de 2012 e março de 2013, quando os banqueiros e a mídia associada aos interesses rentistas lançaram a campanha do preço do tomate contra a inflação e pressionaram o governo pelo aumento da taxa de juros; b) desvalorizou a taxa de câmbio brasileira, com o objetivo de ampliar a competividade dos produtos nacionais no exterior; c) promoveu uma redução dos spreads bancários dos bancos públicos (Banco Brasil e Caixa Econômica Federal), chegando até mesmo a fazer pronunciamento em rede nacional, durante as comemorações do dia do trabalhador em 2012, exigindo que os bancos privados seguissem a mesma política de redução dos juros cobrados pelos bancos públicos nos empréstimos, cartões, cheque especial e crédito consignado, com vistas a garantir a implementação do que ela chamou de uma política de “desenvolvimento do país” e de “desenvolvimento das pessoas” (ver pronunciamento aqui). Tal episódio gerou grande insatisfação entre os banqueiros que passaram a repudiar os aspectos excessivamente intervencionistas da política governamental; d) o governo Dilma ainda procurou elevar a taxa de retorno sobre as licitações públicas de rodovias, portos, aeroportos e ferrovias, reduzir o preço da energia elétrica e desonerar a folha de pagamento das empresas, demonstrando clara inclinação a apoiar os interesses da grande burguesia interna.

Contra-ofensiva dos bancos

Contra essas iniciativas emerge a ofensiva do campo político rentista – que é dirigido pela grande burguesia bancária-financeira, tem o apoio de segmentos da classe média e conta com um grande trunfo na luta de ideias e na disputa ideológica: a grande mídia defensora do rentismo. Não se pode ignorar aqui as investidas deste campo político, especialmente aquelas oriundas de setores das classes médias, contra as políticas e programas sociais implementados pelo governo, tais como o Bolsa Família, a política de cotas, a regulamentação do trabalho das empregadas domésticas, etc. São essas resistências às tentativas do governo Dilma de concretizar reformas do capitalismo neoliberal que explicam a natureza da crise política que presenciamos no Brasil. Portanto, trata-se de uma nova ofensiva do campo político rentista contra as medidas mais avançadas de tentar reformar o neoliberalismo.

Rendição do governo

O trabalho ideológico realizado pela mídia em prol do “neoliberalismo ortodoxo”, as manifestações organizadas por setores da direita radical contra o governo, a vitória apertada de Dilma sobre Aécio nas eleições de 2014 e a eleição de representantes mais conservadores no Congresso Nacional podem ser tratados como indícios dessa ofensiva do campo político rentista. Já a nomeação de um representante dos banqueiros para o Ministério da Fazenda, os ataques do governo aos direitos trabalhistas desde o final de 2014 e a sua adesão à política do ajuste fiscal parecem ser evidências da rendição do governo à ofensiva rentista.

Luta ideológica

Em linhas gerais, observamos os interesses mais alinhados ao rentismo inclinados a disputar a dominação ideológica exercida pela grande burguesia interna e a resistir às tentativas mais ousadas de reformas do capitalismo neoliberal. Por que querem disputar a dominação ideológica da grande burguesia interna? Porque, no terreno dos partidos e dos grupos de interesses, ao longo dos anos 2000, ascenderam forças políticas que questionavam o “neoliberalismo ortodoxo” da era FHC e que passaram a defender uma ideologia que não encarava mais o Estado como um vilão. Passaram a tratar o Estado como um parceiro dos capitais privados nacionais na construção de um “capitalismo sem muitos riscos”, no qual ao Estado compete todo o ônus e aos capitalistas privados todo o bônus. A ideia de “Estado empreendedor”, a apologia às parcerias público-privadas, a ênfase nas políticas compensatórias em detrimento da ampliação de direitos sociais e trabalhistas são importantes indicadores dessa mudança ideológica. Nesse sentido, é possível dizer que, sob os governos Lula e Dilma, criou-se uma cisão entre a fração de classe que exerce a hegemonia política (a grande burguesia bancário-financeira) e a fração de classe que exerce a dominação ideológica (a grande burguesia interna). Isso tem gerado instabilidades no país, tendo em vista que o predomínio ideológico da grande burguesia interna na cena política possibilitou a ela exigir mais espaço na política econômica e social dos governos brasileiros nos anos 2000.

Disputa em torno das reformas do neoliberalismo

A cisão entre hegemonia política e dominação ideológica é a expressão do processo de reformas do capitalismo neoliberal, que sintetiza, na prática efetiva do governo, a adoção de uma política social-liberal. O que caracteriza a crise atual é justamente a crise da política social-liberal dos governos Lula e Dilma. É o movimento em prol de reformas do neoliberalismo que está em crise. A ofensiva do campo político rentista não visa a trazer de volta o neoliberalismo, como acreditam alguns, pois não se trata da “volta dos que não foram”, mas fundamentalmente tem o objetivo de resistir mais claramente às reformas do capitalismo neoliberal colocadas em prática desde 2005.

Fragilidade do campo social-liberal

Estarmos inseridos no próprio processo da crise, não temos condições de avaliar de maneira rigorosa a forma com a qual ela se expressará. O que podemos adiantar em termos explicativos é que a ofensiva do campo político rentista somada à forte ampliação das greves e dos protestos de rua nos últimos anos e ao surgimento de uma situação de crise econômica, comprometeram a unidade já frágil do campo político social-liberal. Assistimos hoje a um processo no qual setores da grande burguesia interna aderem à política do ajuste fiscal necessário, como um “remédio amargo” ou um “freio de arrumação”, aproximando-se da política defendida pelo campo político rentista. É verdade que a grande burguesia interna tem tentado impor algumas resistências seletivas ao ajuste fiscal, defendendo: a regularização dos pagamentos do PAC e do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a implementação da terceira fase do MCMV, a não redução da desoneração da folha de pagamentos, a redução dos impostos e dos juros, além de comemorar a implantação da nova etapa do Programa de Investimentos em Logística.

Investida contra direitos trabalhistas

A grande burguesia interna vem buscando encontrar outras alternativas para se livrar da crise e tem investido pesado contra os interesses dos trabalhadores. Prova disto é a campanha que tem feito em prol da aprovação da legislação que permite a terceirização de atividades-fim. A Fiesp, por exemplo, está fazendo essa disputa publicando vídeos e cartilhas de convencimento sobre a importância da terceirização para o desenvolvimento do país (ver aqui). Resta saber, para quem esse desenvolvimento vai servir… Recentemente, o governo editou a MP chamada de Programa de Proteção ao Emprego, com o aval da CUT e da Força Sindical, visando atender os reclamos do empresariado para enfrentar a crise. Com a MP, empresários e trabalhadores estão autorizados a realizar acordos coletivos para implementar a política de redução da jornada de trabalho com redução de salários com vistas a evitar demissões. Esse programa bem que poderia se chamar Programa de Proteção aos Lucros. Essa iniciativa coloca em evidência o caráter socialmente conservador da política adotada pelo governo Dilma para enfrentar a crise. Por acaso, os aluguéis, o transporte, a cesta básica etc. terão também seus preços reduzidos? No tocante à grande burguesia interna, é possível observar claramente nesta conjuntura sua indisposição para garantir a manutenção de certos direitos trabalhistas e sua inclinação para concebê-los como encargos que dificultam a competitividade e o espírito empreendedor. Nos tempos de bonança, podem até fazer algumas concessões mínimas. Nos tempos de crise, aplicam o tacão de ferro nos trabalhadores.

Denuncismo como tática

No Brasil, escândalos de corrupção sempre vêm à tona quando algumas forças políticas desejam mudar aspectos da política que vem sendo implementada por determinados governos. Em todas as principais crises políticas brasileiras (1930, 1954, 1964, 1992, 2005 e agora), as denúncias de corrupção foram utilizadas como um expediente tático “seletivo” para atingir o objetivo principal: mudar a política de governo. É possível observar que, em cada uma dessas conjunturas, as denúncias de corrupção associaram-se à defesa de políticas que oscilavam entre uma perspectiva progressista, quando se somaram à crítica dos efeitos sociais deletérios da política estatal (crítica aos carcomidos da República Velha, em 1930, ou o Fora Collor, em 1992) ou conservadora, quando se alinharam mais claramente aos interesses imperialistas (crítica udenista ao mar de lama do Catete e contra a política populista, em 1954, ou a reedição da crítica udenista contra as reformas de base, o comunismo e a democracia, em 1964, ou ainda a resistência contra as reformas do neoliberalismo, em 2005 e 2015). Nas duas crises mais recentes (2005 e a atual), tais denúncias se manifestam como um meio de debelar as tentativas de reformar ou mesmo superar o neoliberalismo no Brasil.

A operação Lava Jato

No caso da operação Lava Jato, é perceptível a tentativa do campo político rentista de derrotar os traços de ingerência estatal na economia e, de sobra, colocar a soberania nacional em risco. Para os rentistas, é preciso desmontar a imagem da Petrobras como operadora de uma política de desenvolvimento de caráter mais distributivista e sustentar uma política de mudança do regime de partilha que vise a dar primazia aos lucros de importantes capitais privados nacionais e internacionais, como indica o projeto apresentado pelo senador José Serra. O caso Lava Jato visa a enfraquecer politicamente o segmento da grande burguesia interna que mais tem ganhado com as reformas do capitalismo neoliberal e que é também um dos principais investidores das campanhas eleitorais do PT: o segmento da construção civil.

Financiamento de campanhas

No Brasil, o financiamento empresarial de campanha tem se manifestado muito mais como um investimento. Quem investe nas candidaturas quer obter uma alta taxa de retorno sobre aplicação inicialmente feita. Embora a Lava Jato tenha demonstrado indícios de envolvimento de políticos de vários partidos nos esquemas de corrupção, tais como o PMDB, o PSDB, o PP, o SD e o PTB, o alvo central dos ataques da mídia tem sido o PT. O vínculo político criado entre o PT e as empreiteiras nos últimos anos facilita a difusão desse tipo de ataque, pois como diz o velho ditado popular: diga-me com quem andas, que eu te direi quem és. Portanto, a grande mídia vem trabalhando firme para responsabilizar o governo Dilma pela operação Lava Jato. O problema é que quanto mais as investigações avançam, mais se descobre que há algo de podre no reino da Dinamarca, ou seja, a operação Lava Jato abarca uma gama muito grande de empresas, políticos e laranjas. A denúncia de um possível envolvimento do Eduardo Cunha no esquema da Lava Jato é mais um elemento que demonstra a lógica nefasta do financiamento empresarial de campanha sobre o processo político nacional, em especial sobre a nossa limitada democracia.

Lições do Mensalão

Durante a crise do mensalão, o governo Lula operou nas seguintes frentes para sair da crise: negociou com seis entidades patronais e outros grandes empresários uma agenda para governabilidade que tinha forte conexão com a perspectiva de reformar o neoliberalismo (ver agenda aqui); deu início um pouco antes da crise a um processo de elevação do salário mínimo e de ampliação das políticas compensatórias de transferência de renda; a partir de agosto de 2005, promoveu seguidas reduções da taxa de juros; em meio à crise, nomeou o presidente da CUT, Luiz Marinho, para Ministro do Trabalho e cedeu mais ministérios para o PMDB, que, no final de 2004, havia discutido a saída do governo por um movimento organizado curiosamente pelo Michel Temer; conseguiu o armistício do PSDB com as denúncias do mensalão tucano, envolvendo o presidente do partido, Eduardo Azeredo; blindou a figura do Lula: não se ouvia falar de impeachment; e trocou o ministro da Fazenda Antonio Palocci por Guido Mantega, fato comemorado pela Fiesp e outras entidades representativas da grande burguesia interna.

Reação à Lava Jato

Na conjuntura atual, Dilma aplica o ajuste fiscal, setores do PMDB parecem estar se aproximando do PSDB, há um aumento em curso do desemprego, o governo só tem sinalizado o aumento dos juros. De imediato, parece ter se construído um armistício entre o governo e a Câmara, depois que o nome do Eduardo Cunha apareceu nas denúncias da Lava Jato. Diferentemente de 2005/2006, o PT não tem a mesma base no Congresso, parece haver certo distanciamento do PT de Rui Falcão e de Lula em relação ao governo Dilma, o que pode aprofundar o isolamento político da presidente; os partidos médios e nanicos cresceram e só garantem apoio ao governo se receberem cargos e recursos para as emendas parlamentares, pois funcionam com verdadeiros partidos de patronagem, voltados à pilhagem dos recursos públicos.

Massificação dos protestos

Além disso, as mobilizações recentes organizadas pela oposição de direita contra o governo adquiriram muito mais força. Em 2005, a soma das manifestações organizadas pela oposição de direita, pela oposição de esquerda e pelas forças alinhadas ao governo não atingiram o grau de participação das manifestações atuais. A palavra impeachment tem se difundido com muito mais força. Em 2005, falava-se que “Lula sabia”, em alusão ao envolvimento de seus companheiros de partido e de governo em casos de corrupção, mas nenhuma força política relevante falava em impeachment.

Banalização do impeachment

Depois de aprovadas as contas de campanha do PT, resta à grande mídia ligada ao rentismo investir na questão das “pedaladas fiscais” para acusar a presidente Dilma de ter cometido crime de responsabilidade. É curioso notar como a mídia vem contabilizando o número de parlamentares que aprovariam o impeachment de Dilma. A Folha apresentou um número, o Valor Econômico outro e por aí vai. Isso não se configurou na crise do mensalão, nem mesmo no processo inicial de crise do governo Collor. Ocorre que a aprovação do impeachment não é fácil de ser levada a cabo. Precisa de condições jurídicas e, fundamentalmente, políticas. Sem o preenchimento mínimo dessas condições, a adesão ao impeachment pode fortalecer o governo por ser entendida como uma tentativa de golpe contra a democracia. Mais do que isso, pode fortalecer a figura de Lula. A oposição de direita teme isso e teme também a politização das massas, inclinadas a derrotar o ajuste fiscal e a lutar por reformas populares.

Sinais de esgotamento de um modelo

É sempre bom lembrar que, em junho de 2013, o movimento popular organizado pautou a redução das tarifas de ônibus, exigiu Educação e Saúde “padrão Fifa”, e, desde então, tem realizado vários protestos e greves em todo o país em defesa dos direitos sociais e trabalhistas. Como se diz aqui no Sul: “não tá morto, quem peleia” e setores das classes dominantes estão cientes disto. Com a política social-liberal, os governos Lula e Dilma conseguiram ampliar relativamente o consumo das massas e elevar o número de beneficiários das políticas compensatórias de transferência de renda. Isso contribuiu para neutralizar certas contradições e tensões, mas parece dar sinais de esgotamento na presente conjuntura. Resta lembrar que a adesão do PT ao social-liberalismo foi feita às custas do completo abandono do programa democrático-popular defendido por este partido até 1989 e jogado às traças nos anos seguintes.

Silêncio da grande burguesia interna

Muitas vezes quando se fala em impeachment, muitos se apressam em afirmar que existe um “golpe das elites”. Essa ideia não é nova. Já havia sido formulada em 2005 no contexto da crise de “mensalão”. Ocorre que já conseguimos observar que não existe uma elite homogênea. Parte considerável das classes dominantes deram suporte aos governos Lula, inclusive na crise de 2005, e poderão adotar o mesmo comportamento em relação ao governo Dilma. Não vejo, no cenário atual, representantes da chamada grande burguesia interna defendendo abertamente a derrubada da presidente. Na verdade, os representantes desta fração de classe aproveitarão a crise política para chantagear o governo e garantir assim a execução de políticas que lhes são favoráveis.

Impasse das forças progressistas

Há algum tempo, as forças progressistas estão enredadas num impasse. No campo dos setores mais alinhados ao governo, observamos forças que estão totalmente ou quase totalmente entregues ao “taticismo”. Abandonaram ou não querem nem saber de política de médio e longo prazos. São afeitas ao “curtoprazismo” e ao pragmatismo. Não possuem projeto de nação, muito menos almejam construir uma sociedade socialista. No campo dos setores mais ligados à perspectiva anticapitalista, prevalece o “estrategismo”. São setores afeitos à retórica revolucionária, como se a revolução estivesse logo ali na esquina nos esperando. Não possuem claramente um programa de reformas no capitalismo por considerarem que isso só contribui para a manutenção da ordem. Encontram-se distantes de exercer influência sobre o movimento de massas. Nesse sentido, creio que as forças progressistas terão alguma chance de superar esse impasse, se conseguirem se livrar do taticismo e do estrategismo e buscarem constituir uma linha política que articule as dimensões tática e estratégica.

Perspectivas diferenciadas

Na crise atual, há um setor muito minoritário das esquerdas que vem defendo a “derrubada” ou o “basta” Dilma. Esse setor é inexpressivo politicamente e tende ao isolamento. Nos demais setores progressistas, há aqueles que se reúnem em torno do Grupo Brasil e que tem como objetivo precípuo defender a democracia contra o golpe. Pressionam para que Dilma ponha logo fim ao ajuste fiscal para que tudo volte ao “normal”. No fundo, esse setor deposita todas as suas fichas na criação de uma burguesia nacional no país. Provavelmente, ficarão esperando Godot. Sem estarem totalmente conscientes disto, acabam agindo como funcionários da grande burguesia interna que, por sua vez, encara os direitos sociais e trabalhistas como entraves à competividade. De uma perspectiva de esquerda, o movimento mais interessante da conjuntura atual, que tem conseguido articular, na prática, tática e estratégica, e que possui base social, é o que vem sendo capitaneado pelo MTST. A frente de esquerda dirigida pelo MTST tem apostado claramente na luta contra o ajuste fiscal, no Fora Cunha, na defesa da democracia e das reformas populares. São essas demandas que estão aparecendo na organização do ato do próximo dia 20 de agosto. Vejo na luta do MTST algo de promissor para as forças progressistas no Brasil.

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/escandalos-de-corrupcao-sao-expediente-tatico-seletivo-para-pressionar-governos-afirma-pesquisador/

Como o Brasil vai se imbecilizando com uma mídia imbecil

“Os principais veículos da imprensa se transformaram em panfletos políticos e vasculhar o noticiário em busca de jornalismo que valha uma referência tem sido como buscar um fio de cabelo no palheiro”.

Por Fernando Brito*, no Tijolaço

 

A frase, parte da despedida do excepcional comentário radiofônico de Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa, é um triste retrato do que restou a nós que, sem estruturas profissionais suficientes para produzir apuração própria de informações no dia-a-dia, queimamos a nossa escassa mufa comentando o que se passa na imprensa brasileira.

A coisa ficou tão rastaquera que, só de sexta-feira para cá, há uma coleção de bobagens nos jornais brasileiros que deixaria exausta uma reencarnação de Sérgio Porto e seu Stanislau Ponte Preta, com o Festival de Besteiras que Assola o País.

Fernando Rodrigues, por exemplo, encontra o desenho de uma metralhadora na planta do prédio do presídio para o qual foram transferidos os presos da Operação Lava Jato. Tome de imaginação…O resto é um “tour” por celas e corredores, numa edificante versão cult dos programas “mundo cão” que infestam a TV brasileira nas tardes desocupadas…

A Veja dá capa sobre a iminente “delação premiada” de um dirigente de empreiteira que a defesa do dito cujo diz nem estar em cogitação e que, se estiver sendo negociada por terceiros, seria motivo para o abandono do processo…

Mentiu-se e desmentiu-se um suposto encontro entre Lula, Dilma e FHC, episódio encerrado com uma nota desprovida de ferraduras deste último.

Transformaram-se simples gravuras em “pinturas de alto valor” doadas a José Sergio Gabrielli e Graça Foster na Petrobras.

Ah, sim, esqueci de citar que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Dr. Sérgio Moro desconfiam que Marcelo Odebrecht, depois de um ano dedicado a escrever mensagens e bilhetes que seriam comprometedores, iria fugir para o exterior…

Não sei se a Operação Lava Jato produziu uma queda de 1% no PIB, como disse hoje a presidenta Dilma Rousseff, mas certamente isso não foi um décimo o que ela derrubou da inteligência nacional, se é que ainda é possível incluir nela a imprensa brasileira.

O império do ódio, do maniqueísmo, da intolerância e da imbecilidade tomou conta de uma parcela da elite brasileira e da parcela que a orbita nos meios de comunicação, inclusive hoje.

De tal modo e com tanta força que é preciso buscar nas profundezas do povo o remédio para enfrentar o lixo tóxico que formou uma multidão de zumbis.

*Fernando Brito é jornalista.

http://www.vermelho.org.br/noticia/268233-6

Dilermando Toni: Vale a pena tentar novos caminhos para retomar o crescimento

Blog do Sorrentino - Projetos para o Brasil

Para aqueles que defendem o governo Dilma Rousseff e se opõem energicamente às tresloucadas manobras golpistas para apeá-la do Poder, falar em economia é como pisar em ovos. É que em situação de dificuldades econômicas e isolamento político crescente qualquer exagero pode dar munições à direita. Mas, é necessário correr o risco. Mal comparando é como se nossas tropas estivessem cercadas, sob forte fogo inimigo, em várias frentes de combate e, depois de seis meses de tentativas ineficazes para romper o cerco devêssemos tentar outras saídas.Quero dizer, ao contrário do que se pretendeu, o que se passa na economia do país está prejudicando as condições de sustentação política e o prestígio do governo junto ao povo brasileiro

O Brasil vive preso a um dilema que tem a dinâmica de um pêndulo: quando se estimula o crescimento econômico logo se apresenta o perigo da intensificação do processo inflacionário e do desequilíbrio…

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A estranha história do almirante Othon, que dedicou a vida à soberania do Brasil

bloglimpinhoecheiroso

Almirante_Othon01

Fernando Brito, via Tijolaço em 29/7/2015

O vice-almirante Othon Pinheiro da Silva, mandado prender hoje [28/7] por Sérgio Moro, é o mais legítimo sucessor do também almirante Álvaro Alberto, que pôs em risco a própria carreira para desenvolver o conhecimento brasileiro sobre a energia nuclear e sua aplicação prática.

Othon – como fizera Alberto em 1953, quando conseguiu o apoio de Getulio Vargas para que o Brasil importasse secretamente centrífugas para enriquecimento de urânio, bloqueadas pelos EUA à última hora – também recorreu a expedientes bem pouco ortodoxos para superar os boicotes, as dificuldades e a incredulidade e fazer o Brasil dominar o ciclo de enriquecimento do urânio.

Obter para o nosso país o domínio do ciclo da energia nuclear é semelhante ao que fez Prometeu fazendo o fogo deixar de ser privilégio dos deuses do Olimpo.

Desta história, porém, saltam situações muito estranhas. Othon, hoje com 76…

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Casa Branca vai pedir ao Congresso que permita envio de detentos de Guantânamo para EUA

bloglimpinhoecheiroso

Cuba_Guantanamo26_Presos “Guantânamo é uma vergonha não só para os EUA, mas para a humanidade”, já disse o ex-presidente uruguaio Mujica.

Prisão militar fica em base naval em Cuba; Washington anunciou retirada Ilha de lista de países que não tomam ações suficientes para combater tráfico de pessoas.

Via Opera Mundi em 27/7/2015

A Casa Branca enviará ao Congresso uma proposta que prevê que os 116 detentos encarcerados em Guantânamo sejam transferidos para os EUA, informou Lisa Monaco, assessora de Segurança Nacional do presidente Barack Obama.

O projeto, anunciado no domingo, dia 26/7, e divulgado pela agência Reuters, vem em meio aos esforços da administração Obama pelo fechamento da prisão militar norte-americana em Cuba e foi uma das principais bandeiras eleitorais do mandatário durante sua primeira campanha à presidência.

Segundo Monaco, Washington vai intensificar as transferências de 52 detidos liberados para recolocação em outros países. A ideia é que os demais presos sejam…

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Financial Times: Um jornal vendido

bloglimpinhoecheiroso

Financial_Times06O Financial Times é mais uma vítima da internet – e também da queda de credibilidade da imprensa tradicional.

Altamiro Borges, lido na Carta Maior em 27/7/2015

O jornal britânico Financial Times, considerado a bíblia do capitalismo, acaba de ser vendido ao grupo japonês Nikkei, o maior conglomerado de mídia da Ásia. A Editora Pearson, responsável pela publicação, há muito tempo já dava sinais da decadência do diário econômico. A transação comercial, anunciada na quinta-feira, dia 23/7, foi efetuada por £ 844 milhões (R$4,32 bilhões). O negócio também envolve o site “FT.com” e a revista The Banker, mas não inclui a luxuosa sede do Financial Times na beira do Tâmisa, em Londres, nem os 50% de ações que a editora tem no Economist Group, que edita a revista The Economist. O futuro dos jornalistas do diário ainda é uma incógnita.

Segundo relato da Folha

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Concluir o ajuste e fortalecer a agenda do pós-ajuste

Blog do Sorrentino - Projetos para o Brasil

A reunião de Dilma com governadores amanhã em Brasília vai na direção certa. É preciso pactuar com responsabilidade a conclusão do ajuste e anunciar pauta para retomada do crescimento econômico.

Todos os entes federados podem e devem se entender quanto à recusa de pautas-bomba no Congresso – que minam as contas públicas – e as ameaças anti-institucionais frente à crise política. Com os governadores, medidas como reformas no ICMS, parcerias e créditos com os Fundos de Compensação e de Desenvolvimento Regional, a utilização dos depósitos judiciais e autorização para Estados tomarem empréstimos externos poderiam ser acertadas. E sinalizações quanto às dívidas de Estados e Municípios para 2016 – extremamente ansiadas por todos os governos – poderiam ser agendadas com o apoio à conclusão do ajuste no Congresso.

Aliás, o entendimento de amanhã precisa e pode buscar um consenso básico também com as casas do Congresso Nacional, dentro da institucionalidade e…

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The Economist: Sabe aquela revista inglesa que vive dando aula para o Brasil? Está à venda.

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The_Econominst01 Em apuros.

Paulo Nogueira, via DCM em 27/7/2015

Sabe aquela revista que vive dando lições para o Brasil? Façam isso, façam aquilo, sempre pontificando, sempre doutoral. A inglesa Economist?

Ela está à venda. Não está conseguindo sobreviver à era digital. Tão boa para oferecer soluções para o Brasil e para o mundo, a Economist não encontra saída para si própria. E não está também encontrando comprador.

A Economist é 50% da Pearson, que acaba de vender para um grupo japonês o também professoral diário Financial Times.

Algumas grandes editoras – Bloomberg, Thomson Reuters e Axel Springer – foram procuradas para ver se se interessavam pela Economist. Nenhuma topou.

Calcula-se que a fatia da Pearson valha 400 milhões de libras, quase R$2 bilhões. A Pearson, aparentemente, quer se encontrar apenas em seus negócios no campo da educação. Mas quem quer comprar jornal e revista em pleno ano de 2015?

Talvez em países emergentes, por…

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